Nesta quarta-feira, 11 de setembro, o CEO da Zilia Technologies e presidente da Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores (Abisemi), Rogério Nunes, participou do lançamento da Missão 4 do Programa Nova Indústria Brasil (NIB), que contou com a presença de diversas autoridades, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, da Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Luciana Santos e do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Realizado no Palácio do Planalto, o evento foi marcado pela sanção presidencial da Lei no 14.968, que aperfeiçoa o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis), melhora a política industrial para o setor de tecnologia da informação e comunicações (TICs) e cria o Programa Brasil Semicondutores.
Durante sua fala, Rogério Nunes comemorou a conquista histórica para todo o setor de tecnologia e microeletrônica avançada e ressaltou a importância estratégica do Brasil Semicon para o fortalecimento do ecossistema de semicondutores no país. Com a nova lei, o setor de semicondutores, que já investiu mais de R$ 13 bilhões no país, prepara-se para investir outros R$ 24,8 bilhões até 2027. “Os recursos serão direcionados à execução de projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D), ampliação da capacidade produtiva, expansão de fábricas e diversificação do portfólio atual de produtos e de outras soluções baseadas em semicondutores, com o objetivo de posicionar o Brasil entre os líderes do cenário global de desenvolvimento e produção de chips”, disse Nunes.
Com esses investimentos, o Brasil busca entrar definitivamente na cadeia de valor de semicondutores e ser uma alternativa concreta para o fornecimento de chips avançados para outros países, mirando mercados como os Estados Unidos e a Europa. Mesmo antes da promulgação da nova lei, a Zilia e outras empresas do setor já tinham anunciado aportes de mais de R$ 1,1 bilhão até o final de 2025, confiantes no potencial do país. “O Brasil Semicon, fundamentado em investimentos em P&D, inovação, redução de custos da cadeia produtiva e simplificação dos processos regulatórios atuais, fomentará a expansão do setor com novos produtos e com a diversificação de mercados e atrairá empresas globais para o país. Será uma enorme contribuição para o desenvolvimento tecnológico e para a melhoria dos indicadores econômicos e sociais do Brasil, graças ao aumento da produção, da receita e dos aportes em P&D e à diminuição gradativa das importações, que aumentarão a nossa competitividade e que demandarão capacitação de pessoas e a criação de novos postos de trabalho em todos os elos da cadeia de semicondutores. Temos a certeza de que poderemos transformar essa oportunidade em realidade”, complementou Nunes.
Nunes ressaltou, ainda, que a introdução de melhorias ao ambiente de negócios para o desenvolvimento e manufatura de semicondutores não é algo novo. “Essa lei é resultado de alguns anos de trabalho conjunto das principais associações representativas do setor produtivo, de institutos de P&D, instituições de ensino e de diversas esferas do Executivo Federal, em especial do MCTI e do MDIC, que se somaram à receptividade e ao apoio da Câmara dos Deputados e do Senado, que também tiveram papel essencial ao longo deste processo”.
Também presente no evento, Samir Pires, Vice-Presidente Jurídico, de Compliance e Relações Governamentais da Zilia e diretor da Abisemi, complementou dizendo que “embora a compatibilização da vigência do Padis e da Lei de Informática com os incentivos da Zona Franca de Manaus não tenha sido aprovada como constava do projeto encaminhado a sanção pelo Congresso Nacional, seguiremos trabalhando com os Poderes Executivo e Legislativo para que uma política tão robusta como a que acabamos de conquistar também seja válida até 2073, trazendo a previsibilidade e a segurança jurídica necessárias para a realização continuada de investimentos de tamanha relevância, como já praticado por outros países”.
Sanção das melhorias da Lei de TICs e prorrogação do Padis
Além de aprimorar o Padis e prorrogá-lo até 2029, a nova lei também trouxe melhorias significativas para a Lei de TICs, como a eliminação do fator regressivo dos incentivos baseados em créditos financeiros, que são fundamentais para garantir a competitividade da produção de bens de informática e de comunicações no Brasil comparativamente a produtos similares fabricados no exterior. Além disso, serão concedidos benefícios adicionais para a produção de bens que contenham tecnologia desenvolvida tanto na Zona Franca de Manaus como em outras regiões do país, a chamada Tecnac.
Humberto Barbato, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) ressaltou a importância da continuidade dos incentivos para a produção de semicondutores, painéis solares e produtos eletroeletrônicos no Brasil, e reforçou que a produção local de semicondutores é essencial para a independência tecnológica e para transformação digital, baseada na Indústria 4.0, na computação em nuvem e na adoção da inteligência artificial.
Missão 4 da Nova Indústria Brasil (NIB)
A Missão 4 do programa Nova Indústria Brasil (NIB), voltada à transformação digital no país, abrange a fabricação de chips, robôs, datacenters, computação em nuvem e otimização de processos industriais, que se somam à recém-lançada Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial. A meta é promover a modernização tecnológica do Brasil, com foco na fabricação de produtos de alto valor agregado e na atração de investimentos estrangeiros.
O vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, enfatizou que o objetivo da NIB é aumentar a competitividade das empresas brasileiras. “Estamos falando de um setor de alta tecnologia, com capacidade não só de produzir e exportar, mas também de atrair parcerias e investimentos externos”, afirmou Alckmin.
A Zilia e o futuro dos semicondutores no Brasil
Como parte fundamental do ecossistema de semicondutores, a Zilia se compromete a seguir contribuindo para os avanços proporcionados pelo Brasil Semicon. A empresa tem investido fortemente em inovação tecnológica, com a intenção de ampliar sua capacidade produtiva e ajudar o Brasil a se posicionar como um competidor global no mercado de semicondutores.
Há cerca de dois meses, a empresa anunciou investimento de R$ 650 milhões para expandir sua capacidade produtiva e ampliar seu portfólio de produtos até o final do próximo ano. Serão R$ 475 milhões destinados à melhoria das suas instalações e aquisição de novos equipamentos para suas unidades produtivas, enquanto R$ 175 milhões serão destinados a projetos de P&D, realizados principalmente em Manaus e em São Paulo.
Ao reforçar sua posição no mercado global de semicondutores, a Zilia pretende desenvolver memórias novas e mais avançadas para dispositivos móveis e servidores das mais diversas capacidades, além de iniciar a produção de chips destinados especificamente ao setor automotivo. “O setor de semicondutores é o segundo maior investidor em pesquisa e desenvolvimento, atrás apenas do setor de óleo e gás. No Brasil, não será diferente”, disse Rogério Nunes. Ele destacou que a Zilia está em sintonia com as metas estabelecidas pelo governo, e que trabalha para fortalecer o setor e contribuir para a exportação de produtos de alta tecnologia “Made in Brazil” e “Made in Amazônia”.
Com 25 anos de mercado, a Zilia é líder no Brasil na produção de componentes semicondutores de memória, módulos de memória, dispositivos de armazenamento de dados em estado sólido (SSDs) e módulos de conectividade para a Internet das Coisas.
Impacto positivo na indústria e na economia do Brasil
A promulgação da nova lei traz perspectiva otimista para a continuidade dos investimentos nos setores de TICs e de microeletrônica avançada no Brasil, além de propiciar aumento considerável das ações voltadas a P&D e à capacitação de recursos humanos do norte ao sul do país. A política de Estado composta pelo Padis, Lei de Informática e outras normas proporcionam incentivos essenciais para o setor de eletroeletrônicos e de componentes, assegurando um ambiente estável para a produção de semicondutores, computadores, celulares e diversas outras soluções tecnológicas, e posicionando o Brasil como o quarto maior produtor de bens de informática e de comunicações do mundo.
Com mais de 300 Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) beneficiados pelas contrapartidas de P&D, a política de TICs já movimenta mais de R$ 2 bilhões em investimentos anuais. Esse cenário oferece um horizonte seguro para o crescimento da indústria, com o Brasil caminhando a passos largos para reduzir sua dependência das importações e para ser exportador de semicondutores.